
Acabo de ler que o promotor Antônio Ribeiro Lopes, da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, pediu ontem (25/09) autorização para fazer um teste de leitura e escrita com o palhaço Tiririca. As suspeitas de que o candidato a deputado federal fosse iletrado, o que impediria sua candidatura, veio de uma recente reportagem publicada pela revista Época, a qual mostrava indícios de que Tiririca seria analfabeto. Escrevo hoje com o objetivo de ilustrar como a eleição de Francisco Everaldo Oliveira Silva, o Tiritica, pode agravar a situação política vigente. Teoricamente, nada impede a candidatura do humorista e cantor: é brasileiro, maior que 21 anos de idade, está alistado como eleitor, filiado a um partido político e em plena posse de seus direitos políticos. Logo, pode votar e ser votado da mesma maneira que qualquer professor doutor em política, visto que o regime democrático de nosso Estado assegura a igualdade dos direitos civis. A democracia assim, afirma a legitimidade da candidatura até mesmo de figuras exóticas como Mulher Pêra, Ronaldo Ésper, Sr. Marido da Mulher Maravilha, etc. Indivíduos dotados, comumente, de nenhum conhecimento político, que orbitam a esfera do plenário com o objetivo de corromper a máquina do Estado, extorquir, praticar nepotismo e garantir influência no meio social. O regime democrático, portanto, apresenta certa dicotomia: apesar de ser o melhor sistema governametal que conhecemos, é gerador também de entraves como a possível eleição de figurões que atraem o populacho, eleitores por inércia, desprovidos de qualquer consciência política e capazes de votar no primeiro palhaço que apareça. Somam-se aos riscos da democracia (não para a democracia) o voto proporcional, que faz com que personagens como Tiririca tornem-se verdadeiros "puxadores de votos", o que pode proporcionar consequências nefastas ao Congresso Nacional, pois canditatos com grandes números de votos levam consigo membros de seu partido, que por vezes são verdadeiros crápulas: Valdemar da Costa Neto é um deles, que renunciou a seu mandato em 2005, por conta de envolvimentos com o Mensalão.De mais a mais, alguns vêem a votação em figuras excêntricas como voto de protesto, contudo, pergunto-me se essa forma de manifestação, reflexo de uma suposta insatisfação política, seja a maneira mais racional de lidar com a corrupção. O preço a ser pago por votar como forma de protesto em candidatos como Tiririca é alto demais, visto que pelo voto de legenda, "puxadores de votos" como ele podem levar consigo a escória das candidaturas. Em síntese, a candidatura de Tiririca não passa de piada pronta. Canditatos com propostas vazias e sem o menor conhecimento de política não devem ser levados a sério, devem sim ser vistos apenas como sombras, como pessoas que se forem eleitas, o serão por eleitores como eles, desprovidos de qualquer entendimento político. Situações como essas são reflexos da democracia, que apesar dos prós diversos que tem, ilustra também como pode gerar um eleitorado alienado, capaz de eleger palhaços.
Por esses dias, li um comentário do Guilherme Leal que dizia, mesmo que ´´puxando a sardinha pro seu lado´´, justamente isso: A candidatura do Tiririca pela sigla do PT só demonstra o quanto esse partido está comprometido com o fisiologismo, pois faz de um tudo ( inclusive contar-nos uma piada pronta) para alavancar alguns lugares no plenário. Mas é também como você falou, João, se se conta essa piada é porque também há quem ria, que no caso somos ´´nozes´´. Falou ae jovem, t+
ResponderExcluirSabe... eu também acho que deveria ter como que um sistema auto-regulador que desse preferência a candidatos preparados, que conhecessem a geografia e a história do país, que tivessem um mínimo de conhecimento de política e de direito civil,etc. É claro que não estou dizendo que se deveria impedir decisivamente a particação desses outros candidatos menos preparados, afinal é uma democracia, mas é que, se tivessémos também um mínimo de consciência política, a própria canditadura desses mesmos políticos toscos soaria como ridícula (como de fato é), e aí por um sistema de filtragem óbvia eles nem se arriscariam a se candidatarem.
ResponderExcluirFala Mr. Gregory! Só uma correção, rapaz: a candidatura do Tiririca era pelo PR ;)
ResponderExcluirNão João, pois é cara, me confundi mesmo. Mas o que quis dizer na verdade é que o PT, sendo coligado do PR, apoia essa situação por isso lhe convir politicamente, ou seja,fisiologismo puro.
ResponderExcluirPois é. Sendo da mesma coligação, acabam tornando-se farinha do mesmo saco ;l
ResponderExcluire mais uma vez o povo mostra q é mais palhaço que o próprio...
ResponderExcluirvoto de protesto coisa nenhuma! o povo ta pagando pra ver seu próprio dinheiro sendo usado em nepotismo e toda espécie de corrupção, com aviso prévio!!! Isso é protesto? não, isso é "burrice"!!
E não é que ele levou o Valdemar da Costa Neto? Agora vamos ver o circo pegar fogo outra vez, infelizmente.
ResponderExcluirJoaner... A democracia proporciona esta dicotomia citada, porém o problema não está no sistema democrático e sim na consciência político-social de cada indivíduo que vai as urnas achando que é tudo uma "brincadeira". Se o eleitorado brasileiro está revoltado, uma das piores forma de se rebelarem é fazendo o que fizeram (votando em um sujeito totalmente despreparado e levando em sua legenda outros da "mesma laia") e como disse a "Vanessinha": "isso é burrice". Agora outra coisa que ja está em pauta no Congresso e que ja deveria ter um resultado favorável, é em relação a retirada do sistema proporcional de votos, que é algo incoerente e que gera consequências graves com esta atual do "caso Tiririca". "Depois não adianta reclamar da ineficácia e a falta de técnica na criação e aprovação de leis".
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